Plataforma online mostra todos os dados da produção pesqueira em Santa Catarina
Projeto foi lançado pela Univali e governo do estado pra ajudar na elaboração de políticas públicas (Foto: João Batista)
A Univali e o governo de Santa Catarina lançaram uma plataforma com dados abertos da pesca catarinense que vai ajudar a cadeia produtiva pesqueira e o próprio governo na elaboração e planejamento de políticas públicas para o setor. As informações integram o Observatório Agro Catarinense, gerenciado pela Epagri, e estão disponíveis no site da Secretaria de Aquicultura e Pesca, neste link https://www.observatorioagro.sc.gov.br/pesca.
A Plataforma Digital de Dados da Pesca foi lançada na sexta-feira, em cerimônia em Florianópolis. O painel reúne informações coletadas do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira de Santa Catarina (PMAP-SC), conduzido pela Univali, e que agora se tornam públicos e oficiais por meio da plataforma online.
O projeto, com sede no campus da Univali em Itajaí, é tocado com recursos da Petrobras e conta com mais de 30 colaboradores, entre professores e técnicos de nível superior, que atuam em 10 cidades catarinenses. A cobertura abrange toda a faixa litorânea do estado.
O diretor da Escola Politécnica da Univali, Cesar Albenes Zeferino, destaca que a pesca é um dos pilares socioeconômicos e uma das principais atividades de Santa Catarina. “Por isso, é com muito orgulho que a Univali se conecta ao setor por meio do desenvolvimento de pesquisas e estudos que tornam a nossa contribuição científica uma grande aliada de todos os envolvidos com a atividade”, comenta.
Com o lançamento da plataforma com dados da pesca, ele informa que será possível entender melhor o panorama do setor e trabalhar juntos com os demais órgãos na busca por soluções inovadoras e viáveis para as demandas da atividade pesqueira no estado.
O governador Jorginho Mello (PL) completa que o governo já tem feito investimentos no setor, mas frisa que a nova ferramenta vai otimizar recursos e políticas públicas que tornem perenes os incentivos por parte do estado. Jorginho lembrou que a criação de uma secretaria específica para a pesca está entre os avanços pra atender o setor.
“Nós corrigimos essa deficiência, criamos a SAQ [Secretaria de Aquicultura e Pesca] e agora com acesso aos dados, ao conhecimento, a gente vai poder ajudar ainda mais, principalmente o pequeno pescador. Com essa ferramenta, vamos entender o que ele precisa e viabilizar os recursos”, comentou no lançamento da plataforma.
Dados na plataforma
O secretário Executivo de Aquicultura e Pesca, Tiago Frigo, explica que as informações estão disponíveis no observatório por meio de Business Intelligence (BI), que facilita a divulgação e apresentação dos dados. Entre os destaques, na plataforma podem ser consultadas as estimativas da pesca por espécie, por petrecho e por município.
“Ali você vai poder observar quais são as espécies mais pescadas, quais municípios pescam mais, a importância da pesca por modalidade. São dados que, até então, antes da criação da Secretaria de Aquicultura e Pesca, não existiam”, ressaltou. Ele adiantou que, a partir do ano que vem, a Epagri também vai calcular os dados da pesca dentro do Valor de Produção Agropecuária, boletim que reúne a movimentação econômica.
Hoje, Santa Catarina é o maior produtor de ostras e mexilhões do Brasil, o quarto maior produtor de tilápia e o segundo maior de truta.
Região na liderança do mercado nacional
Itajaí é destaque no setor, reconhecida como a Capital Nacional da Pesca, com foco na atividade industrial. A cidade, junto com Navegantes, possui empresas de enlate de sardinha e atum que estão entre as maiores da América Latina.
Na produção pesqueira, Itajaí é líder absoluta, com registro de 57,7 mil toneladas em 2023, o que representa quase 40% da produção do estado. Navegantes vem em segundo lugar, com 18,7 mil toneladas.
Já na região de Florianópolis e Laguna, o destaque está na pesca artesanal. “Esses e outros dados vão estar disponíveis para a academia, para a imprensa, para os prefeitos, para órgãos de todos os entes para planejar a atividade de maneira profissional”, completa o secretário.
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